sexta-feira, 26 de março de 2010


Ontem no caminho pro trabalho após o almoço, me deparei com uma “bonita” cena.
Entre aspas, pois se tratava de uma família vestida de pobreza (o que naturalmente estamos condicionados a relacionar com tristeza), porém com um semblante muito feliz. Duas crianças, mãe e pai no sinal... Onde todos os dias têm vários pedintes, entre outros que lavam os vidros dos carros em troco de alguma moeda. Mas o pai num gesto de carinho com a criança ainda de colo, um sorriso e um toque sincero, gesto que muitos pais de classe média, ou alta, muitas vezes são incapazes de ter com seus filhos. Realmente a cena me fez parar por alguns minutos e pensar, o quanto temos sorte em não estar naquelas condições, estamos lá dentro dos nossos confortáveis carros fechados num ar condicionado, pra nem mesmo nos incomodar com o calor, e muitas vezes mesmo diante de uma boa situação não expressamos nosso carinho para com o próximo. Dirigimos mudos sem desviar por um segundo se quer nossa atenção. Vamos nos deitar mudos. Almoçamos mudos. Jantamos mudos. Vemos TV mudos.
E assim levamos nossas vidas, lógico que não posso generalizar, a começar por mim mesma, sei que sou uma pessoa extremamente sentimental, adoro demonstrar pra todos o quanto os amo e digo isso incansavelmente, em forma de cartinhas (sim ainda escrevo cartas a mão, e posto no correio), de depoimentos, por MSN, pessoalmente, eu demonstro muito, mas nem todos tem todo esse sentimentalismo cravado na pele, mas asseguro que dizer é tão bom quanto ouvir, pois eu tenho uma única certeza na vida, quem eu amo, ou eu, vamos morrer a qualquer momento, mas com a certeza que todos que eu amo sabem disso.